quinta-feira, 16 de maio de 2013

RELAPSO

Esse post é só pra mostrar a quem me acompanha, um pouco do meu lado roteirista. Há algum tempo eu venho desenvolvendo essa atividade na construção de "curtas de bolso", além do meu projeto atual intitulado "Noite Preta". Esse roteiro chama-se "Relapso" e é uma adaptação do conto homônimo escrito pela minha querida colega de turma Ana Lourdes Pereira.




RELAPSO

Corações partidos... são realmente necessários? Thadeu sonhava em tê-la de volta. Um daqueles sonhos que estão na lista dos impossíveis. Queria mais verde, talvez seja por isso que hoje defende a bandeira de ecologia e preservação da natureza. Mesmo sem Virgínia em sua posse, contava com ótima memória e lembrava cada detalhe do tempo que compartilharam. Do seu corpo, da sua voz, do seu sorriso. Éramos felizes, pensa saudosamente. Alguns anos os separavam.

Um de seus melhores momentos juntos foi quando comemoravam uma data especial, a aprovação dela no vestibular para medicina. Lembra que ela estava de vestido verde, um verde aberto, vivo, que chamava atenção. De sapato preto, batom vermelho e sombra escura, VIRGÍNIA estava ‘estonteante’. Thadeu desejou então ser 15 anos mais novo.

Ela teve que mudar de cidade, foi estudar. Thadeu continuou carimbando papel em seu emprego público. Vestido verde... isso, pra um homem apaixonado, é deixa pra suspirar e passar na mente um filme lindo do romance vivido.  Hoje, só basta ver uma mulher de verde, aberto, vivo, que chame atenção, não importando a cor do cabelo, ou a marca do batom, ou a cara emburrada, Thadeu deixa cair um sorriso tímido e saudoso que traduz: volta pra mim, Vi? Às vezes se pergunta ‘o que ela viu em mim?’. Virgínia tinha jovialidade de sobra, já ele era um homem careta. E, mesmo sem entender, adorava ser parte do romance.

Tem dia que tudo é verde, aberto, vivo e que chama a atenção. Um dia desses na cafeteria, viu ela do outro lado da rua, de branco. Adulta, médica plantonista, com um energético na mão, quem sabe pra segurar um plantão. Não teve coragem de atravessar a rua, faltaram forças. Talvez precisasse daquele energético, a própria Virgínia. Foi covarde. Naquela hora, de olhos fechados, Thadeu sonhou acordado e se viu nos braços dela.

A partir daquela tarde, a cor oficial de Virgínia virou ‘branco’. Agora, ele quer ver mais vestidos brancos, abertos, vivos, que chamem atenção.

Ana Lourdes Pereira

Imperatriz, 26 de Janeiro de 2013

Meu atual projeto se encontra nesse blog:   Noite Preta

Atenção: ela tem um blog: abelaesclarecida.blogspot.com.br.

P.S: Analu está solteira! heheheheheh #Atençãocuecas!