Desde que estreou, a novela Salve
Jorge foi alvo de críticas e mais críticas vindas de todos os públicos. Começou
com a audiência não tão boa, e sofrendo comparações com sua antecessora
(Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro). Antes de mais nada, se você é um
dos que adoram criticar o folhetim de Glória Perez não leia esse post, pois
críticas à novela é só o que tem na internet, por isso mesmo eu faço questão de
ressaltar os pontos positivos da saga de Morena.
Começando pelo tema do tráfico
humano. Boa parte da população brasileira e mundial não tem conhecimento sobre
tal crime que é inclusive o 3° mais lucrativo, perdendo apenas para o tráfico
de drogas e o tráfico de armas. A questão foi muito bem colocada e despertou o
interesse do público. O que dizer da máfia turca? Um verdadeiro show de
interpretação de Adriano Garib, Totia Meirelles, Claudia Raia e Paloma Bernardi. Vera Fischer não fez nada coitada, ela mesmo admitiu a imprensa não ter sido enriquecida pela personagem que só aparece sentada.
No início do texto eu disse qe
não ia falar mal de nada, e nem vou, só quero deixar claro uma total decepção
quanto á “grande vilã” (kkk) da trama, a tal da Lívia Marine. Eu não consegui
engolir a personagem que era tida como a chefa; Lívia não me conquistou como
uma verdadeira vilã, não tinha carisma (vide: Nazaré Tedesco, Carminha, Odete
Roitman, dentre tantas outras que agora residem no Butantã mental do
telespectador), não fazia nada, só mandava nos outros e quando eu realmente
achava que ela ia botar a mão na massa e fazer alguma maldade que preste, lá
vem a mulher matar alguém de forma ridícula ou então fazer maldadezinhas infantis contra Théo. Uma pena, pois Lívia tinha tudo
pra ser uma das piores/melhores vilãs da TV. Deixando claro que não estou
julgando a Claudia Raia e sua interpretação, mas sim a personagem. Pra mim a
vilã de toda a trama era quem botava a mão na massa, dava a cara pra bater (literalmente), ou seja,
Wanda. Essa sim soube ser bandida mesmo!
Os destaques são muitos, mas pra
dizer a verdade só uns dois ou três núcleos realmente me interessavam, dentre
esses destaco o trio que levou a novela nas costas: Giovanna Antonelli, Nanda
Costa e Dira Paes. A “delegata” Helô além de lançar moda, fez alusão ao poder
feminino, abrilhantada pela interpretação maravilhosa de Antonelli em sua ótima
química com Alexandre Nero. Nanda costa surpreendeu e calou a boca de todos que
duvidavam do seu talento, pegando de cara uma protagonista “povão” e com uma
carga dramática muito forte, mandou muito bem! Dira Paes fez uma inesquecível
Lucimar se consagrando ainda mais como grande atriz que é.
Rodrigo Lombardi é um ótimo ator
e fez bonito, apesar do Théo ficar boa parte da trama perdido e desonrando a
música do Roberto Carlos (rsrsrs). O núcleo do exército foi chato, junto com o
da cadelinha Emily e cia, também o núcleo da família falida de Celso (Caco
Ciocler). E o que dizer então de Bianca, Zyah, Ayla e o resto da turcaiada?
Muito chato. O que realmente salvava eram as loucuras de Sarila, da ótima Betty
Gofman.
Mais umas coisas a serem
destacadas: O talento notório da revelação Thiago Abravanel; a surpreendente e
carismática Thammy Miranda, o trio que não é bagunça: Maria Vanúbia (pipipi
olha o recalque!), Pescoço e Delzuíte (Roberta Rodriges, Nando Cunha e Solange
Badim, respectivamente) e a memorável abertura, um verdadeiro colírio aquelas
imagens e a musiquinha do Jorge então...
No mais, Salve Jorge vai ficar na
memória do brasileiro, mesmo que não tenha sido uma das maiores audiências ou
tenha tido falhas quanto a verossimilhança. Mas, quando alguém te chamar pra ir
trabalhar na Turquia daqui uns 10 anos, talvez você ainda se lembre de Morena e
das traficadas e diga um alto e claro: “Deus me livre!”.
A autora Glória Perez |