sexta-feira, 5 de abril de 2013

ESSE EU VI!



Psicose (1960), crítica de Marcos Tand.                              Nota: 10.


 "Um roteiro que se desenvolve de forma assustadoramente brilhante. Obra prima de Hitchcock, que brinca como ninguém com seus personagens e tem o total controle do nosso medo".

Tensão. Essa palavra define todo o filme, que a meu ver é uma das mais preciosas películas do cinema internacional. Apesar de naquela época já poder se filmar em colorido, o diretor (ninguém menos que o mestre do suspense Alfred Hitchcock), preferiu filmar em preto e branco por motivos óbvios: uma trama inteligente, instigante que gira em torno de um assassinato com sangue explícito, poderia chocar a sociedade da época.

Não adiantou. Mesmo sendo filmado sem cores, a criatividade absurda do diretor para criar a famosa e inesquecível cena da morte no banheiro foram suficientes para causar uma avalanche de críticas positivas e negativas.
Marion Crane
A cena em que a protagonista morre ainda no começo do filme é sem dúvida uma das mais dignas e realistas. Marion, que havia roubado 40 mil da imobiliária onde trabalhava, arruma as malas e foge da cidade para encontrar em outro estado dos EUA seu amante. Na viagem ela até troca de carro, erra o caminho e vai parar num motelzinho barato de beira de estrada. Em pouco tempo na mesma noite, faz amizade com Norman, um rapaz magro, alto que cuida da estalagem e é controlado pela mãe que nunca aparece, mas tem uma voz insuportável de velha ranzinza, e não gosta que o filho se relacione com outras mulheres.
Bates Motel
Depois de fazerem um breve lanchinho antes de dormir, Marion vai para o seu quarto, esconde toda a grana dentro de um jornal e deixa em cima do criado mudo (esperta ela, não? Quem desconfiaria?) e vai tomar banho. É nesta hora que o cinema ganha uma sublime cena de morte que demorou uma semana para ser realizada. Marion entra debaixo do chuveiro e tranquilamente se ensaboa, quando misteriosa e subjetivamente é assassinada a facadas. Sim, é a cena daquela musiquinha que nos aflige: “Tãm Tãm Tãm Tãm Tãm Tãm”. Aquele violino arranhando, que compõe uma trilha inesquecível, e causa aquela angústia só de ouvir. Imagine você estar numa rua escura ou sozinho em casa e do nada você escuta essa música? Eu sairia correndo (risos).                            
A famosa e inesquecível cena do chuveiro.
Não, eu não dei spoiler sobre o filme, pois esse fato é apenas o começo da grande teia psicológica que o envolve. Citei esta cena porque ficou pra história. Para os mais exigentes em relação á tecnologia, saibam que é justamente o fato do filme ser em preto e branco que dá todo o charme e o prazer de vê-lo e revê-lo. A história é inteligente, o final surpreendente e a lição melhor ainda.o tipo de filme que a cada vez que você assiste, percebe coisas novas sobre ele, sobre os personagens ou até sobre si mesmo. Mas, por que o filme tem este título? Assista e descubra!


 PS.: ESQUEÇA A REFILMAGEM EM COLORIDO DE 1998, QUE É APENAS UMA CÓPIA BARATA E SEM O BRILHO DA ORIGINAL. SE QUISER TER O PRAZER DE VER "PSICOSE" FIQUE LONGE DO REMAKE. OU ASSISTA PRIMEIRO A ORIGINAL E DEPOIS A CÓPIA, DEPOIS VOCÊ ME DIZ NOS COMENTÁRIOS QUE EU ESTAVA CERTO, OK? ABRAÇO.

Norman Bates