"Uma leitura cativante".
Sempre
fui apaixonado por histórias de amor, intrigas e uma boa dose de mistério.
Quando se envolve um crime na narrativa, tudo fica ainda melhor. No ano de
1891, nasce um dos mais geniais personagens da literatura policial, Sherlock
Holmes. O mestre da dedução é muito mais eficiente do que qualquer força de
“inteligência tática” do governo e a inspiração para muitos detetives
particulares. Criado por Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), o mais ousado e
peculiar investigador do Reino Unido, dá o ar de sua graça (literalmente) neste
livro que é o primeiro em uma coleção de nove volumes. Constituído por doze
contos, logo no início das histórias fica evidente o porquê de Sir Arthur, ser
considerado o pai da literatura policial. Sua forma minuciosamente descritiva e
atmosférica de conduzir as tramas, nos pega de jeito e não descansamos enquanto
não conseguirmos ler o final, a resolução do caso.
Robert Downey Jr. e Jude Law no filme de 2009. |
O esqueleto de narrativa dos
fatos, os elementos de investigação e como o personagem título chega à
conclusão, são importantes características a serem destacadas. É assustadora a
habilidade de Doyle para o encaixe perfeito de palavras no momento certo. Como
se os nossos cinco sentidos não bastassem, ele faz de Holmes o sexto (e bem
aguçado). Assim adentramos no clima da charmosa Londres em épocas passadas. As
aventuras são narradas pelo fiel amigo de Sherlock, o Doutor Watson, que
acabara de se casar. Sherlock é um grande enigma. O primeiro conto, a meu ver,
é um dos melhores. “Escândalo na boêmia”, como é intitulado, mostra o mais
brilhante dos detetives (não só da literatura, mas também da TV e do cinema)
sendo tapeado pelo ser que mais subestimava: a mulher. “A Liga dos cabeças
vermelhas” assim como “O Homem do lábio torcido” são outros contos muito
curiosos.Holmes tem um poder de observação fantástico e sempre enfatiza o
quanto o raciocínio lógico é importante na resolução dos casos.
A Série Britânica "Sherlock". |
Outro fato que
muito impressiona, é que as investigações nem sempre giram em torno de um crime,
ás vezes este fica servindo apenas como plano de fundo. O texto de Doyle é de
altíssima qualidade e fácil compreensão, por isso passamos tão rápido pelos
contos que nem percebemos. Sherlock Holmes sempre será uma ótima ferramenta,
para se estudar literatura e até mesmo métodos de investigação. É um livro
instigante e delicioso de ler. Um clássico, obra-prima que todos os amantes da
literatura de mistério, nunca devem se atrever a morrer sem ler.