sábado, 12 de outubro de 2013

!O PRIMO!




**Não sei se ficou bom, mas tá aí pro dia das crianças!**

Quem? Aquele primo por parte de pai que a gente quase não via, sabe. Pois é, eu lembro dele demais. Chegando lá em casa, quando a gente morava no interior. Tempos bons aqueles em que eu nem me preocupava em dedilhar um teclado de computador como agora, se bem que nesse instante é realmente por uma boa causa. O primo era gente boa, uns quatro, talvez cinco anos mais velho. Eu morria de ciúmes. Meu pai trouxe ele pra passar um tempo com a gente, o menino era perguntador demais da conta. Todo dia parecia férias. Ele, minha irmã e eu chegávamos do colégio e com a rapidez de um foguete ligávamos a TV pra ver os desenhos mais irados, na época em que as crianças realmente tinham uma programação voltada para elas, com todas aquelas inúmeras loiras comandando seus programas de auditório, a gente ficava até indeciso sem saber com qual emissora ficar. Mas quando dava umas onze, a frase "Oi, eu sou o Goku" deixava a rua praticamente vazia... a gente virava super saia jean, prontos pra desbravar o mundo atrás das esferas do dragão e derrotar um guloso Madimbu. Sim, a gente era realmente feliz com a parabólica no teto, naquela época e principalmente no interior, isso era considerado um luxo. Porém, passava longe de alienação, já que as brincadeiras de rua ainda tinham força total e enquanto o grito da minha mãe não ecoava rua a fora a gente não voltava pra casa. O dono da mercearia da esquina quase fez fortuna a nossas custas, pois sempre na volta do colégio a gente comprava vários pacotes de biscoito recheado (nikito hahaha) e detalhe: só comíamos o biscoito; o recheio a gente juntava e fazia uma gororoba com leite e nescau deixando no congelador pra comer depois da janta. Nunca fui muito bom de futebol, sou mais de assistir do que de jogar, perna de pau mesmo; o primo sempre deu um show e dizia que ia ser um dos grandes ainda...pelo menos torcemos pelo mesmo time (risos). Como esquecer os bolinhos de polvilho da minha segunda mãe? (Coitada dela, tinha que aguentar três pestes todos os dias enquanto minha mãe de sangue trabalhava, mas, acho que ela era meio masoquista). A gente pegava aquela massa e moldava do jeito que queria... nossos bonecos do Goku quando eram jogados no óleo quente saíam parecendo dois bonequinhos Voodoo! (risos) Eita primo, a gente tem história, rapaz!

Tudo o que é bom dura pouco e o primo um dia foi embora lá de casa... muito tempo sem contato. Hoje, em tempos de facebook, nos encontramos "de verdade" foi no whatsapp da minha irmã (não, eu não sou viciado naquilo) e agora com certeza não deixaremos de nos falar, nem que seja um cumprimento cordial, ou mesmo um telefonema como o último que durou uma hora e meia. Uma das melhores surpresas foi saber que o craque da rua agora é pastor e segue na busca por mais felicidade coletiva, evangelizando e mostrando o que podemos esperar da vida se deixarmos Deus conduzí-la. Primão, eu só tenho a te agradecer por ter feito parte de uma infância maravilhosa e agora depois de tanto tempo, mesmo morando lá no interior de Minas, saber que "ocê" continua o mesmo cara humilde e alegre me faz te admirar ainda mais! 
Paz, amor e sucesso pra nós, irmão. Toca aê! haha, Abraço.