Amizade: do latim amicus, ainda que se diga também que a
palavra provém do grego. Pra você, o que é amizade? Uma onda? Uma moda? Um
costume? Regra ou realmente uma necessidade? Amizade é uma coisa complicada,
porque existem os vários tipos e níveis, e ainda, as duas facetas: falsa e
verdadeira. Desde os primeiros anos na
escola, muitas pessoas passam pela nossa vida. Muitos ciclos se abrem, se
renovam e outros se fecham pra nunca mais voltar. Na minha vida,
estudei em várias escolas, mudei de cidade, de rua e de bairro.
E quase todos
os amigos que eu achava que ia levar pra sempre se foram. No fim, restam as
lembranças do tempo que não volta, de pessoas que não voltam. Quando digo
pessoas, falo mesmo da personalidade, que muitas vezes mudou da água pro caldo
de jiló. Sim, as pessoas realmente mudam, mas nem por isso vamos deixar de
cumprimentar, de dizer um simples "Oi, tudo bem?". Fingir que você nunca
conheceu uma pessoa, que vocês nunca se abraçaram fraternalmente e se chamaram
de melhores amigos é HORRÍVEL. É uma sensação inexplicavelmente gélida. Como se
fossem dois estranhos ignorando o passado (que muitas vezes nem está tão
distante), simplesmente porque mudaram de escola, de pensamento...de vida.
Claro que ainda existem os
amigos de verdade, com os quais eu falo, mantenho contato nem que seja por um prazeroso teclar. Mas, que são mais verdadeiros e presentes do que os que eu
chamava de irmãos. Engraçado é que dizem que amizade de ensino fundamental não
dura, pois é justamente essas que mantenho até hoje, mesmo que essas pessoas,
hoje, morem tão longe. Todos os dias pessoas passam pela nossa vida e quando
menos se espera, lá está você batendo altos papos com uma desconhecido no ponto
de ônibus!
Minha mais recente
experiência, foi passar um mês em SÃO PAULO com sessenta pessoas que eu nunca
tinha visto na vida, mas que partilhavam da mesma fé. O resultado foi incrível!
Não conseguimos desgrudar de todos os artifícios eletrônicos que possam nos
manter perto uns dos outros. Mera afinidade? Talvez. Porém, eu prefiro chamar
de "UM GRANDE ENCONTRO" .
Dia desses eu liguei pra
um amigo do fundo do baú. Ele ficou tão surpreso que acabou me contando sua
vida inteira e foi aí que eu percebi o bem que eu tinha feito à ele e a mim ao
ficar mais de meia hora no celular. A pessoa se sente, de certa forma,
valorizada e você se sente feliz por saber que ela está bem e ainda te dando a
devida consideração.
Pra finalizar, gostaria
de ressaltar e agradecer á todos os amigos que eu tive durante esses 19 anos e
dizer que vocês foram muito importantes e tem um lugar cativo no meu coração, ainda que alguns finjam que o passado nunca existiu, pois não há nada que pague os ótimos momentos que vivi ao lado de vocês.
Estou sempre aberto a revê-los e quem sabe retomar aquela amizade de antes. Aos
recentes amigos, digo que os quero cada vez mais perto e bem, para que possamos
somar, dividir e multiplicar juntos! Muito Obrigado.
Abração.
PS: "Só acredito em amizades que
cultivem e pratiquem o altruísmo. O resto é oba-oba".
Um sobrenome que se destacou como
neon na década de oitenta e se mantém consagrado até os dias de hoje. Dia
desses fui na Loja Americanas aqui perto de casa e como sempre faço, logo que
entro vou direto à sessão de DVD's. Chegando lá, havia uma prateleira enorme de
clássicos de décadas passadas, porém uma em edição de colecionador me chamou
muita atenção. Não, eu ainda não tinha o Box "supra-sumo" de CURTINDO
A VIDA ADOIDADO, então o levei pra casa e só consegui assistir completo com
todos os extras neste final de semana. Foi prestando atenção em cada frase, em
cada take, sub-texto e interpretação dos atores que eu consegui perceber a
grandeza desse filme teen que marcou toda uma geração.
A
história de “Curtindo a Vida Adoidado” (1986) é simples. Ferris (Matthew
Broderick) decide tirar um dia de folga da escola. Para isso, ele convence seus
pais de que está doente, monta um esquema para não ser descoberto e coloca em
prática uma animada programação junto com seu amigo Cameron Frye (Alan Ruck)e a
namorada Sloane Peterson (Mia Sara). O passeio inclui “pegar emprestada” a
Ferrari do pai de Cameron, fingir que a avó de Sloane morreu, se passar por
magnata para conseguir uma mesa em um restaurante, visitar um museu, juntar-se
a um desfile comemorativo pelas ruas da cidade e um banho de piscina.
Ferris não é fã de regras e sua filosofia é "aproveitar a vida antes que seja tarde". Por causa de seu carisma e simpatia, é querido por todos os colegas de escola assumindo assim um papel de líder de uma revolução que ultrapassa as telas e se reflete constantemente na vida cotidiana, efeito resultante também da marcante interpretação de Broderick falando diretamente para a câmera do genial diretor John Hughes (que também roteirizou e produziu o longa). Dentro de seu círculo social, Bueller é um exemplo, a inspiração para que os amigos consigam suportar as provações do colegial, como os professores e suas matérias "sem sentido" e os diretores carrascos. Ferris, usa todo o seu dote interpretativo (digo do Oscar, segundo ele) ao influenciar quem for preciso para conseguir seu dia de "Rei da Zueira". John Hughes escreveu um retrato bem-humorado de algumas das dificuldades, dúvidas e angústias dos jovens frente à aproximação da vida adulta. E as transgressões de Ferris servem essencialmente para abordar esses temas.
John
Hughes ficou conhecido como o roteirista e diretor da juventude americana. Foi
responsável por filmes como “A Garota de Rosa-Shocking”, “Clube dos Cinco”, "Gatinhas e
Gatões", "Mulher Nota 1000", "Esqueceram de Mim" etc... sempre com um pé na rebeldia dos
adolescentes quanto à pressão social, a vontade dos pais, independência e a
dificuldade de se encontrar. Com um texto sempre bem elaborado, os filmes de
Hughes conseguem aproximar expectador e personagens. Em CURTINDO A VIDA ADOIDADO
isso é ainda mais explícito e eficiente, pois o diretor utilizou o recurso de
colocar o seu protagonista falando diretamente para a câmera. A quebra dessa
barreira entre tela e público ocorre logo no começo do filme, quando Farris
compartilha seu plano para o dia e explica suas razões. E assim, o espectador
acaba cúmplice da travessura do protagonista.
A presença
dos adultos acaba por criticar a juventude que cresce com pais ausentes que pensam tanto no bem familiar (ou não) que acabam mergulhando de vez no
trabalho e traçando uma relação nada mais que superficialmente necessária com
os filhos. Tanto que o único personagem adulto que enxerga Ferris como um
"malandro" é o atrapalhado diretor Ed Rooney. Na visão dele, o
"malandro" não estuda nem se sobressai, ele apenas segue se dando bem
no colegial e isso é inadmissível (risos...Não consigo não rir lembrando da
cena do Rottweiller).
Entre
outras participações ilustres temos a antipática irmã do anti-herói, Jeanie
Bueller, muito bem defendida pela ainda jovem Jennifer Grey, e também Charlie
Sheen, fazendo o garoto drogado. Os dois protagonizam a hilária cena da
delegacia.
CENAS
MARCANTES
São
muitas, mas na minha opinião e melhor de todas sempre será a cena da parada
alemã de Chicago, onde Ferris se infiltra num carro alegórico e faz uma
performance de "Twist and Should" dos Beatles. Nessa cena existe uma
mensagem subliminar pouco antes de Ferris invadir o carro alegórico: Sloane e
Cameron estão papeando sobre o futuro e suas incertezas...
"Cameron- Eu não sei o que eu vou
fazer...
Sloane- Faculdade.
Cameron- É? De quê?
Sloane- Tem alguma coisa que te interessa?
Cameron- Nada.
Sloane- Nem a mim! (risos) E o Ferris, o
que você acha que ele vai fazer?
Cameron- Ele vai ser o precursor de alguma
coisa!(Dublagem clássica)/ Ele vai ser cozinheiro em marte! (versão legendada)"
CURTINDO
A VIDA ADOIDADO é o clássico absoluto dos filmes teen oitentistas e nunca vai
envelhecer enquanto a juventude que só quer viver o presente sem pensar nas chatices
da vida adulta respirar o ar da liberdade! SALVE
FERRIS! Abração.