segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ESSE EU VI: "...E O VENTO LEVOU..."



Esse eu vi faz tempo, mas há algumas semanas atrás bateu uma saudade enorme que me fez tirá-lo da minha prateleira hollywoodiana. A saudade foi causada devido a minha análise sobre a semelhança entre a teledramaturgia e a literatura. Pesquisando os primórdios dessa relação e suas características, descobri que o  segundo filme mais longo e bem sucedido do cinema exerce grande influencia nas estórias que são contadas diariamente na telinha, sobretudo na América latina, ainda que tenha sido lançado lá num longínquo ano de 1939 adaptado do romance homônimo de Margareth Mitchell.

"Existia uma terra de cavalheiros e campos de algodão chamada "O Velho Sul". Neste mundo bonito, galanteria era a última palavra. Foi o último lugar que se viu cavalheiros e damas refinadas, senhores e escravos. Procure-a apenas em livros, pois hoje não é mais que um sonho. Uma civilização que o vento levou!"

O filme narra a saga de Scarllet O'hara, vivida magistralmente por Vivian Leigh, uma patricinha mimada que tem todos os homens da região aos seus pés. Acostumada a ser sempre o centro das atenções ela sonha em se casar com sua paixão, o filho do fazendeiro vizinho, Ashley Wilkes. Ao descobrir que Ashley iria se casar com a prima  Melanie Hamilton, Scarllet resolve se declarar a ele no grande churrasco anual das tradicionais famílias da região, mas nada sai como planejado, já que ele não se rende aos encantos persuasivos da moça, e é nesse momento que ela conhece Rhett Butler um cavalheiro de má reputação que não se junta aos outros na guerra entre Sul e Norte do país; o encontro não é dos melhores e os dois criam uma antipatia recíproca. Intencionando causar ciúmes em Ashley, Scarllet casa-se com Charles Hamilton, irmão de Melanie. Logo após, Ashley e Charles partem para a Guerra Civil recém-declarada; o segundo morre, deixando a patricinha viúva precocemente. De luto, Scarlett vai para a cidade de Atlanta para viver com Melanie que está grávida,  e aguardar a volta de Ashley acabando por servir ao Sul, como enfermeira, ajudando a cuidar dos feridos da chamada Guerra de Secessão. Durante esse tempo fora de casa ela começa a sentir na pele o sofrimento, fome e pobreza, realizando o parto do filho da esposa de sua paixão. 

Scarlett volta pra casa de carroça ajudada por Rhett Butler, que a deixa no meio do caminho para resolver assuntos pendentes e "quem sabe" engajar-se na guerra. Rhett, já apaixonado, rouba um beijo de Scarllet, que fica balançada, porém não se rende aos galanteios do cavalheiro. Ao chegar encontra tudo em ruínas, sua mãe morta, seu pai louco e toda a fortuna destruída. Não há comida, dinheiro, plantação, ou qualquer outra fonte de renda. Diante dessa situação desesperadora ela toma as devidas providências para não deixar que tomem a sua querida fazenda "Tara". Para tanto, ela casa-se com o noivo de sua irmã por este estar prosperando, mesmo ainda amando Ashley. Todavia, Scarlett torna-se viúva novamente.
Durante esse processo, Scarlett precisa da ajuda de Rhett diversas vezes, chegando até a se casar com ele após a perda de seu segundo marido, por interesse. O casamento é conturbado e o casal têm uma filha, Bonnie, que morre tragicamente num salto à cavalo. Pouco depois, Melanie adoece e antes de morrer pede que Scarllet não descuide de Ashley que se entrega cada vez mais a tristeza. Rhett então, ainda duvidando do "amor verdadeiro" da amada, vai embora deixando o caminho livre para ela conquistar Ashley. Ao ver a desolação de Ashley pela morte da esposa e Rhett indo embora, Scarlett faz uma importante descoberta contribuindo assim para o desfecho surpreendente e emocionante.
Pobre, Scarllet faz um vestido com a cortina de casa.
A NARRATIVA É CHEIA DE REVIRAVOLTAS E  DIÁLOGOS MARCANTES COMO:
Rhett: "Você, Senhorita Scarllet, é uma mulher que merece ser beijada por alguém que realmente saiba como fazer".
OU AINDA:
Scarllet: "Mas... O que devo fazer? Para onde devo ir?"
Rhett: "Francamente, minha querida. Eu não ligo a mínima!"
E MAIS:
Gerald O'hara (pai de Scarllet): "Por Tara eu morrerei se for preciso, pois o melhor negócio da terra é a terra. É por ela que realmente se deve viver."
Um casal fora do comum, Rhett e Scarllet são como "o cravo e a rosa" vivendo entre tapas e beijos.  Nos bastidores, os atores Clark Gable e Vivian Leigh também não se entendiam. Alfinetavam-se, competiam, se odiavam, simplesmente não se suportavam. Não sou fofoqueiro, por isso existe o google se você quiser saber mais detalhadamente das picuinhas e o que os dois aprontavam e olha que vale a pena mesmo! (hahaha)

hahahahahahahaha
Durante todo o filme você fica com uma sensação de djavú, pois o melodrama presente ali é inegavelmente semelhante ao das telenovelas latinas. Por mais que tenha sido filmado por três diretores diferentes, somente o último conseguiu imprimir características e tom adequados na história, transformando todo o material em uma verdadeira preciosidade. Vitor Fleming, que tinha acabado de lançar O MÁGICO DE OZ naquele mesmo ano, já era habilidoso em trabalhar com cores utilizando o método Technicolor e apenas o seu nome foi creditado como diretor. Ao todo o filme custou 5 milhões para os cofres da MGM, mas rendeu de retorno mais de 32 milhões de dólares. Ganhou o Oscar de MELHOR FILME (entre outros) e tem 3 horas e 53 minutos de duração. Dentre as cenas mais conhecidas está a tão famosa "cena do juramento", que inspirou um momento semelhante da personagem Ana Francisca em CHOCOLATE COM PIMENTA (Walcyr Carrasco, novela).
Scarllet chocando a sociedade ao se divertir durante o luto. Impossível não rir com esta cena.
O filme foi produzido por David O. Selznick, a trilha sonora é de Max Steiner, a fotografia de Ernest Haller e Ray Rennahan, o desenho de produçãode William Cameron Menzies, a direção de arte de Lyle R. Wheeler, os figurinos de Walter Plunkett e a montagem de Hal C. Kern.
Ficou famosa em Hollywood a disputa das atrizes pelo papel de Scarlett. Mais de 1400 atrizes foram entrevistadas para o papel, sendo que mais de 400 chegaram a fazer leitura do roteiro. Vivien Leigh, que era inglesa (apesar de nascida na Índia), foi escolhida pelo produtor David O. Selznick quando já haviam iniciado as filmagens. Durante as filmagens do incêndio de Atlanta, ele a viu ao lado de seu marido, o ator Laurence Olivier, e logo lhe ofereceu o papel da heroína sulista.
ABSURDO: Hattie McDaniel tornou-se a primeira artista de origem africana a ser indicada e a receber um prêmio Oscar (o de melhor atriz coadjuvante na pele de Mammy). Porém, ela não pôde comparecer na première de E O VENTO LEVOU, em Atlanta, por causa das leis racistas.
Muitos dizem que assistir a este filme é uma verdadeira "missão" por causa de suas longas horas, o que não deixa de ser verdade. Poucas as vezes em que eu consegui finalizá-lo em apenas um dia (sempre o vejo 1 ou 2 vezes por ano). Porém, é uma missão extremamente fascinante, um deleite que eu recomendo a todos os amantes da sétima arte, a todos que prezam por um filme digno, uma linda história  que o tempo não apagará, um romance que o vento nunca levará.
Abração.

domingo, 24 de novembro de 2013

RATO DE TEATRO VIU: "REFORMATÓRIO DE PALHAÇOS"



Dia 05 de dezembro estreia no palco do Ferreira Gullar (Imperatriz) o espetáculo "Reformatório de Palhaços" da Cia Arte C.E.B de Teatro. Este humilde e mortal blogueiro teve a oportunidade de assistir a versão de bolso que foi apresentada na escola para público em menor escala. Já adianto que é o melhor entretenimento teatral do ano.
Com uma carga temática tão pesada e atualmente trabalhada, o bullying, o "dramédia" do diretor Lucas Alves vai do riso à reflexão de forma chocante, e muitas vezes mista, uma coisa meio que "risos reflexivos". O clássico texto setentista "A Aurora da Minha Vida" de Naum Alves de Sousa, foi editado e atualizado especialmente para a realidade do novo século. Adaptação foi feliz em usar a figura do palhaço ao melhor estilo "Clown" para amenizar com alegria as duras histórias transpostas por meio do sarcástico texto. A sala de aula transformada em picadeiro dá espaço para belas marcações cênicas, dinâmica corporal e números musicais - entre os quais eu destaco "Valerie" (Amy Winehouse); "Balada do Louco" (Rita Lee) - tudo com a liberdade que só o teatro proporciona.

Assédio sexual, escolhas, vocação, auto-aceitação, sexualidade, psicopatia. Imagine esses e outros profundos temas sendo discutidos com a simplicidade de "Chaplin" e as tiradas inteligentes de Joseph L. Mankiewicz. O elenco carismático, esforçado e competente dá conta do recado, mostrando que a juventude é a alma do teatro, a juventude alegre que está escondida até no mais ranzinza dos velhinhos.

Este é o meu primeiro texto crítico sobre um espetáculo teatral (até então nenhum outro local me despertou tanto interesse em escrever sobre) e só posso dizer que saí do Prédio do Ensino Médio do C.E.B muito feliz. Recomendo á todos essa experiência de riso, reflexão e aprendizado no palco do Teatro Ferreira Gullar dia 05 de dezembro. Estejam prontos para gargalhar, chorar, instigar e questionar junto com o "Reformatório de Palhaços". Desde já, desejo toda sorte do mundo a Cia que vai se apresentar e concorrer á prêmios em São Luís, vocês vão arrebentar! Abração.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

!OS RICOS TAMBÉM CHORAM!



Para quem não sabe ou não se lembra, o título desse post é o mesmo de uma novela mexicana exibida com muito sucesso no início da década de oitenta pelo SBT, porém ela não é o assunto que me faz escrever hoje. O real motivo do meu dedilhar de teclado nessa noite é a atual situação do horário nobre global. Pois bem, todos devem saber que barracos tem aquele poder de fazer as pessoas pararem o que quer que estejam fazendo para se dedicar exclusivamente a posição de expectador do mesmo (ainda mais se a briga for de mulher) e com "Amor à Vida" não é diferente. Em sua estreia, eu fiz um post felicitando a novela por todas as inovações temáticas, texto e direção, mas depois de tantos elogios a família Marinho decidiu esticar mais a trama que estava dando ibope bem legal. Resultado: Walcyr Carrasco - conhecido do grande público por gostar de barracos em suas novelas vide "Xica da Silva", "O Cravo e a Rosa", "Chocolate com Pimenta", "Caras & Bocas", todas sucessos de público e crítica - teve praticamente que criar uma nova sinopse para tapar os buracos e suprir mais um mês de exibição do produto, causando uma certa "barriga" (termo utilizado pra definir o estacionamento da novela).



Desde que estreou, "Amor" vem nos trazendo a sensação de estarmos assistindo uma daquelas novelas da televisa em pleno horário nobre global. Graças a um texto super teatral (característica forte de Carrasco) elenco e direção (maravilhosos) mergulham de cabeça, indo do humor "zorra total" ao drama "Inés Rodena". "Amor" sempre teve um pé no dramalhão mexicano dando direito inclusive a diálogos terríveis também, que de tão líricos dão a sensação de terem sido escritos por Glória Magadan. Mesmo com tudo isso, nada consegue estragar a beleza do que Walcyr construiu até aqui, pois se tem críticas a que se exaltar também que ele é fera em criar tipos carismáticos e conduzir tramas sem se perder ainda que com vários personagens que aparecem uma vez no mês (rs).

Voltando aos barracos, que é afinal o foco aqui, não tem como não deixar de falar do capítulo de (18/11), quando César se vinga de Félix e revela que foi ele o causador de todo o drama envolvendo Paulinha. Inesquecível, e acho que será a melhor cena da novela inteira graças ao texto sublime do Walcyr e ao elenco  afiado. Mateus Solano foi, óbvio, o destaque maior no time das estrelas e COM CERTEZA ninguém nunca vai esquecer Félix Khoury, pois o personagem é "carismaticamente insuportável". Paolla Oliveira mostrando que não é só um rostinho bonito de novo; Malvino Salvador contido mas correto; Suzana Vieira sempre ótima; Antonio Fagundes impecável; Vanessa Giácomo deliciosa (literalmente rsrsrs); Natália Timberg gloriosa; Elizabeth Savalla um show;  Thalles Cabral... pelo menos não atrapalhou (hahah); Gláuci Gomes fez tudo direitinho.

Nem preciso dizer que a cena bateu recorde de audiência e repercussão nas redes sociais, né? Ah, se todo dia tivesse um capítulo bom como esse, porque o Walcyr gosta de dar uma enrolada, gosta de fazer um "prepara", mas quando ele vem pode sentar e assistir com gosto! A próxima "taca" da novela será na Aline e a boxeadora será Paloma novamente. É "Amor à Vida" nos mostrando que os ricos sofrem, choram rios e sentem-se infelizes, talvez até mais do que os pobres (cada caso é um caso). A teledramaturgia que vem sendo tão criticada e trocada pelos enlatados, ainda tem força, história, talento e fôlego para manter-se viva! Falem o que quiser, mas televisão é cultura, não importa se lixo ou luxo! E mais uma informação para você que lê este humilde texto: A telenovela é uma das influências econômicas do país. Não é só a globo que vai a falência se elas acabarem, o país quebra visível e consideravelmente. Existe muito mais por trás das telenovelas do que se imagina, grandes investimentos, grandes pessoas, grandes contratos, segredos que "ninguém" sabe e nunca vai saber. Abraço.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

!SANGUE ÓTIMO!




Nesta sexta (01/11) foi ao ar o último capítulo de mais uma novela global. Aliás, essa não foi só mais uma novela. A primeira obra original de Maria Adelaide Amaral trouxe novos ares para a faixa das 19 hs, ainda que de forma despretensiosa. Acompanhada de seu pupilo Vincent Villari, a dupla de autores criou uma trama extremamente harmoniosa e acima de tudo crítica. Foi clara a intenção de inovar com cuidado, sutileza, sem grandes choques (vide arrependimento de Fabinho). O drama jovem e alto astral dos seis protagonistas foi alvo de críticas e até comparações com "Malhação" no início, mas ao longo dos capítulos, mesmo sem mostrar grandes números de audiência, "sangue" seguiu firme na aposta e revelou que o bairro da Casa Verde ainda tinha potencial e muito pano pra manga. A maioria dos personagens ganhou o público e as razões dessa empatia é que como já afirmado em entrevista, o elenco foi escolhido à dedo e o texto foi totalmente adequado as capacidades dramáticas de cada um. A cada capítulo uma nova loucura, novas tiradas geniais e doses do bom e velho folhetim. Assim se passaram 160 capítulos de Bárbara Ellen e cia. Sim, eu ouso dizer que dentre os maiores destaques, Giulia Gam é a que mais vai me fazer sentir saudades. Denis carvalho mandou muito bem na direção e sabe-se que ele é um diretor exigente tanto com as imagens, time e com os atores, que óbvio deram tudo de si. Até mesmo quem fazia papéis pequenos ganhou holofote mesmo em um curto momento. 

Com histórias bem amarradas e roteiro fora do padrão de condução dramática tradicional, os autores foram fundo nas críticas sociais sobre os bastidores da vida das celebridades, daqueles que tentam ser uma e de quem tem seus 15 minutos de fama. Também fizeram questão de explorar valores e jogar com o perfil dúbio de Amora Campana, uma das melhores figuras novelescas. Materialismo, simplicidade, sexualidade, competitividade, felicidade, tolerância, escolhas e consequências, ascensões e quedas. Maria Adelaide e Vincent estão de parabéns por criarem um mosaico de questões super atuais nos dias de hoje, por vezes até nos revelando o lado ruim que temos; inclusive, nenhum personagem foi totalmente bonzinho, nem mesmo o Bento; todos sentiam algo obscuro, nem que fosse inveja "branca" ou até vingança. Texto e elenco afiados, muito me lembraram as deliciosas e charmosas comédias do mestre Cassiano Gabus Mendes; não pra menos, pois Maria Adelaide foi aprendiz do rei das novelas do horário (sem comparações ok? Cássio é único). 

Sangue Bom, foi: Humor acidamente crítico, fazendo um mural de observações sobre o materialismo, fama, sub-celebridades, dinheiro, ganância, virtudes e o verdadeiro valor da felicidade. Até o que parece besteirol pra encher linguiça tem um fundamento ainda que seja apenas narrativo. Referências à cultura POP, sátiras e texto criativamente divertido. Aff, como vou sentir saudades! Trilha sonora repleta de hits que casam perfeitamente com os núcleos e dramas. Gostei demais do final, cada personagem teve seu destino coerente com a trajetória traçada, e o subjetivo rumo de Bento e Amora no take final foi perfeito. Uma ótima novela para quem se dispôs a assistir e compreender a mensagem dos autores.

Os seis protagonistas fazendo referência a série "FRIENDS".

Nem vou me alongar muito falando detalhadamente do elenco, por que todo foram bem. Aos seis protagonistas Marco Pigossi (Bento), Sophie Charlotte (Amora), Isabelle Drummond (Giane), Humberto Carrão (Fabinho), Fernanda Vasconcellos (Malu) e Jayme Matarazzo (Maurício) eu dou meu sincero parabéns! Obs: Primeira personagem que me faz gostar da Vasconcellos, espero que ela faça outros trabalhos como esse e me agrade outras vezes.
Tina (Ingrid Guimarães) e Bárbara Ellen (Giulia Gam) satirizando AVENIDA BRASIL.
Brilharam: Giulia Gam (Bárbara Ellen), Marisa Orth (Damáris/Gládis), Letícia Sabatella (Verônica), Regiane Alves (Renata), Ingrid Guimarães (Tina), Malu Mader (Rosemere), Déborah Evelyn (Irene),Yoná Magalhães (Glória), Marco Ricca (Wilson), Bruno Garcia (Natan), Joaquim Lopes (Lucindo), Felipe Camargo (Perácio), Daniel Dantas (Gilson), Herson Capri (Plínio), Armando Babioff (Érico),

Palmas ainda para: Fafy Siqueira (Madá), Carmem Verônica (Karmita), Sérgio Malheiros (Jonas), Mila Moreira (Sílvia), Cris Nicolotti (Odíla), Rodrigo Lopez (Vitinho), Ellen Rocche (Brunetty/Mulher Mangaba), Edwin Luisi (Lili), Mayana Neiva (Charlene), Letícia Isnard (Brenda), Tarcísio filho (Nelson), Andreia Horta (Simone), Tatiana Alvim (Socorro), Maria Helena Chira (Lara), Rômulo neto (Tito), Louisi Cardoso (Salma).

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

ABRACADABRA: DIVAS DA MAGIA

Galerinha que acompanha este humilde e dedicado blogueiro, hoje eu decidi fazer uma matéria especial! Halloween é do dia delas, boas ou más, lindas ou feias, as bruxas são unanimidade quando se trata de magia e com certeza você vai se lembrar de uma história que você viveu quando criança, que envolvia pelo menos uma dessas divas aqui. Essa é uma lista pessoal que fiz com as bruxas que de algum modo passaram pela minha infância deixando lembranças inigualáveis. Relembre e divirta-se!


- Bruxa Má do Oeste: De 1939 pra cá, essa coisa magra e verde já assustou muita criança. Pobre Dorothy que sofreu e teve de passar uns perrengues legais por causa dessa malvada. Do clássico infantil mais cultuado de todos os tempos "O Mágico de Oz". Talvez o único personagem realmente marcante da carreira de Margaret Hamilton.

- Eva, a Rainha: "Tirem os sapatos, as luvas, as perucas...as máscaras!" Era com essa frase épica que a poderosa Anjelica Houston se transformava numa bruxa nariguda e curubenta. A Rainha malvada da Inglaterra tinha uma legião de seguidoras prontas para tocar o terror nas criancinhas britânicas. O plano era fazer com que todos os "remelentos" virassem ratos, e apesar de terem conseguido duas vítimas no Hotel em que se hospedavam, no fim o feitiço saiu pela culatra.
- Cuca: Essa aqui é uma das minhas favoritas. Não adianta se esconder, pois ela "te pega daqui, te pega de lá!". A cuca é um dos personagens de maior destaque do folclore brasileiro e dependendo da região ela tem características diferentes: de velha feia com garras de gavião a jacaroa loira, como ficou mais conhecida através da adaptação televisiva do "SÍTIO DO PICAPAU AMARELO" (Monteiro Lobato), onde ela era a principal inimiga da boneca Emília. Ao longo das temporadas ela já teve várias formas e foi interpretada por muitas atrizes, mas Dorinha Duval foi quem a imortalizou na versão de 1977.
- Madame Min: Uma velhinha arretada! A bruxa velha do bosque mete medo nas criançinhas por ter a cara mais feia que já se viu; ela pega os pequeninos e os faz de mistura para suas sopas. Apesar disso tudo é muito simpática e engraçada, além de poderosa. A primeira vez que a vi foi no filme A ESPADA ERA A LEI, que conta a infância do jovem Arthur (antes de se tornar rei). Nesta animação a bruxinha trava uma das lutas mais épicas do cinema: Madame Min vs. Mago Merlin (conselheiro de Arthur). Ah, e ela tem uma risadinha deliciosa!
- Elvira, a Rainha das Trevas: Essa com certeza protagonizou os sonhos molhados dos jovens que pegaram o auge da Sessão da Tarde. Elvira sempre será a bruxa mais trash e sensual que eu já vi. A atriz Cassandra Peterson criou a personagem e se tornou um sucesso inesperado. Na época em que filmes de baixo orçamento estavam "na moda", Elvira fez fama com um roteiro divertido, acidamente crítico e cheio de conotações sexuais, que às vezes nem estavam tão subliminares assim. Impossível escrever sobre ela e não citar a inigualável cena da "dança dos peitos".
- Sabrina: Interpretada por Melissa Joan Hart, essa é uma figura. A aprendiz de feiticeira é atrapalhada e raramente seus feitiços dão certo. Criada pelas tias bruxas, descobriu as habilidades mágicas aos 16 anos e sempre tenta levar vantagem deste fato. Contando com o submisso e hilário gato Salém, ela aprontou todas na série, filmes e quadrinhos. Sua maior decepção é que as tias a proíbem de dirigir enquanto não souber pilotar uma vassoura direitinho: #Chateada!
- Hermione Granger: "Das bruxas da sua idade, você é a mais inteligente." Essa frase define bem quem é essa traça de livros. Criada por J.K Rowling, a bruxa mais nerd do mundo(senão a única), tem nisso a sua melhor arma. Afinal, a inteligência ninguém tira de você, né? A não ser que você seja atingido pelo feitiço "Obliviate", no qual a nossa gênia é mestra! Mione é o cérebro do "golden trio" que ela forma com os amigos Harry Potter e Rony Weasley, este último com o qual ela casou-se.  Interpretada por Emma Watson na adaptação cinematográfica da série literária.
- Bellatrix Lestrange: Pérfida, maléfica, debochada. Assim é Stª Lestrange, uma bruxa implacável. Assim que surgiu no 5º livro da série Harry Potter eu sabia que ela seria demais! Assassina cruel e uma duelista nata, nutre um amor platônico pelo seu mestre, Lord Voldemort. Especialista na maldição da tortura (Cruciatus), é a melhor Comensal da Morte. Foi capaz de matar membros da própria família inclusive o primo Sirius e a sobrinha Tonks. A atriz Helena Bonhan Carter imprimiu sua marca forte na personagem e arrancou elogios de todos.
- Morgana: Nos livros "As Brumas de Avalon" de Marion Zimmer Bradley, que recontam a história do Rei Artur, Morgana é uma sacerdotisa sagrada da Grande Mãe. Conhecedora da filosofia e dos segredos da natureza, é uma das bruxas mais fascinantes e foi representada em inúmeras atrações do cinema e da TV. Viveu na época medieval, sendo meia-irmã do Rei Arthur. É conhecida também por ter uma personalidade forte e inclinação para o mal, usando de magia negra para punir seus inimigos. Seu maior adversário é o Mago Merlin. Na versão cinematográfica da obra de Marion, a atriz Julianna Margulies foi quem deu vida à épica dama da magia.

- Irmãs Owens: As mulheres da família Owens sofrem com uma terrível maldição lançada acidentalmente por uma ancestral: Os homens que por elas se apaixonarem estarão fadados a morrer de forma trágica. Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman) são as protagonistas desse filme super despretensioso com cara de final de tarde. Adoro a dobradinha dessas duas em suas confusões; tudo tem um ar meio Wicca. Apesar de não ter grandes acontecimentos, é um bom filme e merece ser visto por quem gosta do tema, destaque para a cena em que elas pulam do telhado e flutuam com seus guarda-chuvas.
- As Bruxas de Eastwick: Três mulheres entediadas se reúnem todas as quintas-feiras para se divertir e conversar sobre variados assuntos. É claro que o principal tema na pauta das três são os homens e seus defeitos, e como seria, em tese, o homem ideal. Eis que elas decidem conjurar um feitiço que trará o cara dos seus sonhos. Elas se envolvem com o misterioso ricaço Daryl Van Horne, que cria uma verdadeira guerra dos sexos colocando a pacata vida dessas mulheres de cabeça para baixo. Jack Nicholson está impagável como o objeto de desejo das três bruxas carentes vividas por Cher (sim, pra você que não sabia ela também é atriz), Michelle Pfeiffer e Susan Sarandon. As três começam a brigar entre si pela "posse" do homem ideal, que parece mais o próprio diabo. Divertidíssimo.
- Irmãs Sanderson: Uma das melhores produções da Disney. Winnie, Mary e Sarah Sanderson são três bruxas velhas e feias que usam uma garotinha para tornarem-se jovens novamente e por isso são enforcadas pelos populares, porém antes de morrerem Winnie lança uma maldição: As irmãs retornariam na noite de todos os santos (halloween) para se vingarem de todos os habitantes de Salém, e para isso acontecer um virgem ascenderia a vela de chama negra. 300 anos depois, Max  um novato na cidade resolve bancar o cético e brincar com a tal vela, o que resulta na volta das terríveis bruxas que precisam sugar vidas para não morrerem ao nascer do sol. Um filmaço que conta com três grandes atrizes nos papéis das megeras: Bett Midler, Kathy Najimy e Sarah Jessica Parker. Confesso que eu tive um pesadelo com a bruxona dentuça, Winnie é muito feia! (risos). O musical " I Put a Spell on You" é outro destaque.
-Irmãs Halliwell: Muito me divirto com essas três também. Relações complicadas, lutas perigosas e conflitos internos. Como se entrar no sótão da sua casa e achar um "livro das sombras" contando os segredos mágicos de sua família fosse a coisa mais normal do mundo. Assim é o primeiro episódio de "Charmed". Prue (Shannen Doherty), Piper (Holly Marie Combs)  e Pheobe (Alyssa Milano, minha predileta) descobrem que descendem de uma linhagem milenar de bruxas; telecinese, congelamento temporal e clarividência são seus poderes, respectivamente. Um sucesso que ao assistir te revela toda a magia que pode se esconder dentro de você.
- Willow Rosenberg: Interpretada por Alysson Hannigan, é uma das personagens mais importantes da série "Buffy" e melhor amiga da protagonista (Sarah Michelle Gellar). No início ela é uma nerd afetada e acostumada com o estereótipo de fracassada. Ao se tornar amiga de Buffy e conviver diretamente com os perigos sobrenaturais que a amiga combate, ela começa a desenvolver certa inclinação para as artes ocultas. Uma frase marcante de Willow é: "Bruxaria é parecido com química, só que mais horripilante". Mas, é na quarta temporada que ela realmente aflora pra valer as suas habilidades místicas, se tornando a segunda bruxa mais poderosa da televisão, ficando atrás apenas da nossa próxima bruxa da lista.

- Samantha Stephens: Essa loira é fera! Direto de 1964 "A Feiticeira" será eterna no coração de quem já viu pelo menos um episódio dessa maravilhosa comédia protagonizada por Elizabeth Montgomery. Imagine uma bruxa que tenta fugir de suas origens tentando levar uma vida normal, com marido e dois filhinhos fofinhos. De repente aparecem sua mãe maluca (típica sogra chata), uma vizinha bisbilhoteira e desconfiada e o resto da parentada mágica toda! É confusão que não caba mais. Uma diversão só! Eita que se eu tivesse a capacidade de resolver (ou não, rs) a minha vida apenas com uma torcidinha no nariz ou um estalar de dedos... A TV aberta perde por não exibir mais esse sucessão que teve oito temporadas finalizando em 1972.

sábado, 12 de outubro de 2013

!O PRIMO!




**Não sei se ficou bom, mas tá aí pro dia das crianças!**

Quem? Aquele primo por parte de pai que a gente quase não via, sabe. Pois é, eu lembro dele demais. Chegando lá em casa, quando a gente morava no interior. Tempos bons aqueles em que eu nem me preocupava em dedilhar um teclado de computador como agora, se bem que nesse instante é realmente por uma boa causa. O primo era gente boa, uns quatro, talvez cinco anos mais velho. Eu morria de ciúmes. Meu pai trouxe ele pra passar um tempo com a gente, o menino era perguntador demais da conta. Todo dia parecia férias. Ele, minha irmã e eu chegávamos do colégio e com a rapidez de um foguete ligávamos a TV pra ver os desenhos mais irados, na época em que as crianças realmente tinham uma programação voltada para elas, com todas aquelas inúmeras loiras comandando seus programas de auditório, a gente ficava até indeciso sem saber com qual emissora ficar. Mas quando dava umas onze, a frase "Oi, eu sou o Goku" deixava a rua praticamente vazia... a gente virava super saia jean, prontos pra desbravar o mundo atrás das esferas do dragão e derrotar um guloso Madimbu. Sim, a gente era realmente feliz com a parabólica no teto, naquela época e principalmente no interior, isso era considerado um luxo. Porém, passava longe de alienação, já que as brincadeiras de rua ainda tinham força total e enquanto o grito da minha mãe não ecoava rua a fora a gente não voltava pra casa. O dono da mercearia da esquina quase fez fortuna a nossas custas, pois sempre na volta do colégio a gente comprava vários pacotes de biscoito recheado (nikito hahaha) e detalhe: só comíamos o biscoito; o recheio a gente juntava e fazia uma gororoba com leite e nescau deixando no congelador pra comer depois da janta. Nunca fui muito bom de futebol, sou mais de assistir do que de jogar, perna de pau mesmo; o primo sempre deu um show e dizia que ia ser um dos grandes ainda...pelo menos torcemos pelo mesmo time (risos). Como esquecer os bolinhos de polvilho da minha segunda mãe? (Coitada dela, tinha que aguentar três pestes todos os dias enquanto minha mãe de sangue trabalhava, mas, acho que ela era meio masoquista). A gente pegava aquela massa e moldava do jeito que queria... nossos bonecos do Goku quando eram jogados no óleo quente saíam parecendo dois bonequinhos Voodoo! (risos) Eita primo, a gente tem história, rapaz!

Tudo o que é bom dura pouco e o primo um dia foi embora lá de casa... muito tempo sem contato. Hoje, em tempos de facebook, nos encontramos "de verdade" foi no whatsapp da minha irmã (não, eu não sou viciado naquilo) e agora com certeza não deixaremos de nos falar, nem que seja um cumprimento cordial, ou mesmo um telefonema como o último que durou uma hora e meia. Uma das melhores surpresas foi saber que o craque da rua agora é pastor e segue na busca por mais felicidade coletiva, evangelizando e mostrando o que podemos esperar da vida se deixarmos Deus conduzí-la. Primão, eu só tenho a te agradecer por ter feito parte de uma infância maravilhosa e agora depois de tanto tempo, mesmo morando lá no interior de Minas, saber que "ocê" continua o mesmo cara humilde e alegre me faz te admirar ainda mais! 
Paz, amor e sucesso pra nós, irmão. Toca aê! haha, Abraço.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

!MÉXICO GOSTOSO!



Você sabe quem é Inés Rodena? Provavelmente não. Acho que posso dizer que COM CERTEZA você deve ter assistido algo dela na TV, mais precisamente na emissora do baú. Essa mulher que você nem sabia que existia fez parte da sua vida (enquanto telespectador) e eternizou na sua memória personagens marcantes. Será que existe uma pessoa nessa vida que não tenha balançado os ombros, batido os pés ritmicamente no chão, ou mesmo cantarolado ao escutar o refrão "Y a Mucha Honra" (tãm tãm tãm) ??? Ou torcido pela felicidade de gêmea boa enquanto se deleitava com as caras e bocas da gêmea má??? Se essa pessoa estranha existir me avisem que quero entrevistá-la e mandar pros laboratórios suíços estudarem!

Inés Rodena foi uma escritora e dramaturga cubana, que colaborou com o rádio e TV, doando o seu talento para a dramaturgia latina. Sua paixão por escrever nasceu depois de trabalhar como enfermeira e conviver com diversas histórias, as quais registrava em um caderno. Com o recente sucesso das tardes mexicanas do SBT, resolvi fazer esse post homenageando-a comparando duas de suas obras mais famosas, que provaram sua versatilidade e a consagraram mundo a fora. Eu estou falando das novelas MARIA DO BAIRRO e A USURPADORA.




Os dois maiores êxitos da televisa dividem com DA COR DO PECADO (João Emanuel Carneiro) VAMP (Antonio Calmon) e A ESCRAVA ISAURA (Gilberto Braga), o título de produtos teledramatúrgicos mais vistos do globo. A primeira conta o drama da última sofredora da "trilogia das Marias", que é composta por MARIA MERCEDES e MARIMAR. O conto de fadas mexicano tem todos os elementos clichês da boa e velha história da moça pobre, que se apaixona pelo príncipe e tem que enfrentar a bruxa má para poder consumar esse amor. Porém, o diferencial é a forma de contar, que abusando dos exageros consegue prender o telespectador nas idas, vindas e reviravoltas da protagonista bem sucedida vivida inesquecivelmente por Thalía. Maria é uma pobre moça que sobrevive catando papel no lixão e perde a sua tia, ficando sozinha no mundo. Quando é adotada por Fernando Dela Vega (Ricardo Blume), e vai morar na mansão da família onde é mal recebida pela esposa do magnata, Vitória (Irán Eory), que não aceita dividir o teto com uma "imunda". Juntando-se à tia, Soraya (Itatí Cantoral) também abomina a "Marrrginaaal!!!". 


Luís Fernando (Fernando Colunga), o filho galã, que está desiludido do amor, volta para casa e por não simpatizar com a moça decide brincar com os sentimentos dela, vingando-se por também ter sido enganado por uma mulher. Ele não imaginava que se apaixonaria de verdade pela inocente catadora, que depois de alguns anos se tornaria uma Senhora Dela Vega, digna do respeito de todos que a odiavam, menos de Soraya é óbvio, que sonhava em se casar com Luís e somar sua fortuna à da família. A partir daí, todos já sabem de cor e salteado o que acontece com Maria. Trilha sonora "daquele jeito" e coadjuvantes interessantes garantiam o suporte necessário para que todos os personagens brilhassem em vários momentos, não importando o seu grau de relevância na trama... quem não se lembra da fofoqueira e insuportável doméstica da família Dela Vega, Carlota (Rebeca Manríquez)?MARIA DO BAIRRO é uma incansável história, que sempre conquistará a todos que tiverem o coração açucarado

Já a segunda, é bem mais adulta e cheia de nuances. Um texto denso e caricato faz de  A USURPADORA um cult das telinhas. O dramalhão das gêmeas interpretadas por Gaby Spanic conquistou o público brasileiro em cheio na emissora do seu Sílvio, chegando por muitas vezes a incomodar a toda poderosa da família Marinho.A trama começa quando Paola em uma de suas viagens extraconjugais num cruzeiro, nota a sua semelhança com a camareira Paulina e a vê como uma oportunidade de escapar da insuportável vida que leva casada com Carlos Daniel (também de Fernando Colunga), a quem não ama e só exibe como troféu.  A malvada arma para que Paulina aceite se passar por ela durante um ano, enquanto viaja o mundo sugando luxos de seus inúmeros amantes. Paola acusa Paulina de ter roubado sua pulseira valiosíssima, deixando a boazinha desempregada e sem ter como ajudar a mãe doente. Então o trato se concretiza: Paola retira a queixa e deixa Paulina livre para ajudar a mãe (que morre tempinho depois revelando em  carta que elas são irmãs), mas em troca ela terá que substituí-la, aprender o jeito Paola de ser. Porém a chegada da falsa Paola na mansão é cheia de estranheza, já que o perfil doce de Paulina fala mais alto. 
Então no desenrolar da trama, enquanto Paola está viajando, Paulina se depara com uma família deficiente, boa parte disso por culpa da gêmea má e determina-se a colocar tudo no seu devido lugar, inclusive reerguendo a Fábrica Bracho, conquistando o respeito de Piedade (Libertad Lamarque), a matriarca, e a confiança de um por um, lutando para reprimir o amor que brotou em seu coração pelo marido da irmã. Mas, nem tudo são flores e Paola volta para infernizar novamente a vida de todos, começando por Paulina, a usurpadora. A mulher é tão ruim que mesmo entrevada numa cadeira de rodas consegue acabar com a paz que reinava entre todos. Um novelão que consagrou Gaby Spanic e se tornou tão popular quanto o sucesso tupiniquim MULHERES DE AREIA (de Ivani Ribeiro), que a propósito, ganhará um remake mexicano protagonizado pela eterna usurpadora. Esperamos que ela se saia tão bem quanto Eva Wilma em 1973 e Glória Pires em 1993, na pele de Ruth e Raquel.
VILÃS


Impossível falar desses clássicos sem destacar as víboras. As vilãs criadas por Inés Rodena nessas duas histórias, foram um show à parte. Cada uma ao seu estilo, Soraya Montenegro e Paola Bracho dividem o 1º lugar no ranking  das melhores (ou piores?) vilãs da teledramaturgia mexicana. A primeira, psicoticamente obsessiva, atazanou Maria e Luis Fernando, matou a própria mãe, usou Nandinho como seu brinquedo sexual e humilhou uma pobre "Aleijadaaa!!!", depois morreu carbonizada. Já a segunda, diabolicamente sexy, chantageou a irmã, sumiu do mapa, voltou e mandou a coitada pra prisão por falsidade ideológica, atentou o juízo dos Bracho, simulou paraplegia, dissimulou como o diabo, e arriscando a própria vida para matar sua enfermeira comparsa (queima de arquivo) acabou morrendo no hospital. Um detalhe em comum é que as duas fazem uso de uma risada maléfica. Paola também se destaca pelos seus carões e frases como "Os mortos não falam queridinha". E as aberturas bregas? São quase que personagens essenciais das tramas, deixam uma sensação de vazio quando não são exibidas no capítulo.


Duas novelas que por mais que sejam ótimas, não tem a mesma graça (pelo menos pra mim) se forem vistas no idioma original. A dublagem de ambas é marcante e insubstituível. Dois clássicos internacionalmente premiados da TELEVISA que o SBT sabe aproveitar muito bem, usando como verdadeiras armas contra a baixa audiência (mesmo que a exaustão), tática que sempre dá certo e acaba com a alegria das concorrentes. Agora você já sabe quem é Inés Rodena, essa grande escritora que te fez  viajar no mundo do dramalhão mexicano, cheio de clichês como amores proibidos, a pobre que fica rica, a vilãzona caricata, a mansão da realeza, os desencontros intermináveis... Eita México gostoso! Arriba! hahaha.
Abraço.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ESSE EU VI: !ELYSIUM!


Um olhar sensível sobre a realidade possivelmente não tão distante assim.  Se você é daqueles que adora uma ficção científica regada de ação, drama e uma pitada de humor, eu super recomendo que veja ELYSIUM. A nova superprodução que traz Matt Damon como "protagonista" é bem bacana quando se assiste à ela despretensiosamente. Não, o "marido cinematográfico" (haha) dele, Ben Affleck, não o acompanha nessa jornada em busca de um novo mundo para todos.
 O ano é 2154 e a terra virou um caos total. Literalmente tudo é miséria aqui neste nosso humilde planeta, no ínicio do filme você fica até meio achando que ele foi gravado em algumas das favelas decadentes de terras tupiniquins. Damon, em uma boa atuação, é um cara que está em liberdade condicional e trabalha numa fábrica de droids de Los Angeles e que por acidente acaba sendo exposto a doses máximas letais de radiação, e por conta disso só tem mais cinco dias de vida. Ele conta com a ajuda da enfermeira interpretada por Alice Braga, que apesar em um papel de pouco destaque em comparação aos outros (mesmo tendo uma filhinha com leucemia), consegue se sair bem defendendo sua personagem com dignidade e veracidade.

Em ELYSIUM, todos os ricos da terra puderam se refugiar, é uma colônia, tipo uma cidade espacial, onde não existem catástrofes, doenças e tudo é perfeito. É tanta riqueza que por vezes a cenografia de alguns takes do local me lembrou REVENGE. O sonho de todos é ir lá uma vez na vida, mesmo que não seja para morar, apenas usar uma das cápsulas médicas de cura instantânea já seria suficiente. O problema é que ELYSIUM é uma verdadeira fortaleza, comandada pela corrupta secretária de segurança interpretada magistralmente por Jodie Foster, que não tem dó de quem tenta se aproximar ilegalmente do "paraíso" e planeja uma espécie de "golpe de estado" para se tornar a Presidente suprema.

Quando se trata de tentar atravessar as pessoas, o manda-chuva é Wagner Moura, que faz o mesmo trabalho dos coyotes que levam pessoas para os EUA clandestinamente, porém o seu trabalho é muito mais árduo e nem sempre as pessoas conseguem se manter em ELYSIUM ou mesmo sair de lá após usar uma cápsula médica. Moura é responsável pelos momentos cômicos e pela sua interpretação ganhou o apelido de FANTÁSTICO pelo jornal THE NEW YORK TIMES. O personagem é quem ajuda o protagonista doente a chegar em ELYSIUM em troca de um favor pra lá de maluco, que põe em risco o plano da fodona lá, a Jodie Foster.

A direção é muito eficiente e por vezes passa um ar ultra-realista ao apresentar algumas cenas em forma de documentário.A  ótima fotografia potencializa os efeitos especiais bem bolados e as cenas de ação bem coreografadas. O roteiro despretensioso acerta. No mais, só assistindo mesmo, se não começarei a dar spoilers aqui.
Abração!







quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ESSE EU VI: "INVOCAÇÃO DO MAL"



Susto atrás de susto. Domingo (15/09), minha irmã, dois amigos e eu fomos assistir à estréia cinematográfica do fim de semana. "INVOCAÇÃO DO MAL", que chegou nas telonas em plena sexta feira13, realmente invoca o que há de malígno na mente do espectador e faz com que ele saia do cinema chocado e com a respiração ofegante, desde que todos sejam como eu que não consigo assistir um filme apenas por fazer, eu preciso entrar na história e me colocar no lugar dos personagens, para poder aproveitar cada segundo das sensações que a película pode me oferecer.

O filme, que já foi visto por mais de 336 mil pessoas, baseado em uma história real Carolyn e Roger Perron (Lili Taylor e Ron Livingston) moram com suas cinco filhas em uma casa de campo nos Estados Unidos. A família - que havia acabado de se mudar para a residência - logo percebe algo de errado. Aparições, barulhos inexplicáveis e objetos se movendo sozinhos os levam a procurar a ajuda do casal de investigadores Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga) na investigação do que se tornaria o caso mais assustador de suas carreiras. As famílias assombradas por espíritos já estão no cinema norte-americano desde "Terror em Amityville", de 1979, e foram exploradas à exaustão pelos longas de horror orientais. A fórmula tem em "INVOCAÇÃO DO MAL" um de seus mais bem executados exemplares.O diretor James Wan, responsável pela sádica franquia "JOGOS MORTAIS", imprimiu mais uma vez a sua marca: o suspense, que é usado de forma genial, ao invés de apelar para o clichê como esperado, já que o tema é saturadíssimo. É um filme que ganha pela sua história consistente e bem conduzida, a dramaticidade é super bem defendida pelo ótimo elenco. A fotografia é belíssima, com um tom sépia que combina com a época setentista.
Sem concorrentes fortes ou à altura, ele pode se transformar facilmente no terror do ano (ainda que eu o considere um "suspensão"), mesmo que venham outros até o final desse semestre. "INVOCAÇÃO DO MAL" transforma fórmula desgastada em sustos originais, que são capazes de arrancar arrepios, mini-infartos, gritos e pulos da poltrona até dos que se dizem mais fortes. Nunca vou me esquecer de algumas cenas que mexeram muito comigo e com uma garota que estava ao meu lado, que gritava e pulava feito louca!

Além dos elementos chave, como portas batento, blackouts, e vultos, o filme também conta com a presença ilustre de uma boneca chamada Anabelle: pense numa boneca que me causou desconforto só de olhar! Que coisa demoníaca, parece que ela está lendo tua mente! E olha que ela nem tem nada demais no rosto, mas é que você sente uma presença horrível naquele objeto supostamente "inanimado"... e detalhe, ela é REAL! Aliás, tudo no filme foi REAL! É só pesquisar na internet que você acha todas as informações sobre o caso da família Perron, o que não dispensa a apreciação da película, o que eu aconselho que você faça no cinema, pois em casa fica tudo mais tenebroso... ah, sei lá! Você que sabe (risos). 

Pra você ver o quanto esse filme mexeu comigo que sou um fã do gênero e vejo filmes com frequência sem obter qualquer reação diferente do normal. Outra coisa que me impressionou muito foi a forma natural e verdadeira com que o diretor tratou o caso na hora de transformá-lo em uma obra audiovisual. Ele poderia muito bem enxer o roteiro de efeitos especiais e sustos fáceis e previsíveis, porém optou aproveitar o belo material que tinha nas mãos (o FATO REAL - repare que eu estou deixando um sobreaviso pra quem vai assistir rs) e apostar na história bem trabalhada e atrativa do começo ao fim. A diferença de "INVOCAÇÃO DO MAL" está em distinguir o fácil do natural e utilizar o segundo com criatividade, eficiência e respeito à inteligência do espectador.
ASSISTA! #FICAADICA. Abração, galera!