terça-feira, 19 de novembro de 2013

!OS RICOS TAMBÉM CHORAM!



Para quem não sabe ou não se lembra, o título desse post é o mesmo de uma novela mexicana exibida com muito sucesso no início da década de oitenta pelo SBT, porém ela não é o assunto que me faz escrever hoje. O real motivo do meu dedilhar de teclado nessa noite é a atual situação do horário nobre global. Pois bem, todos devem saber que barracos tem aquele poder de fazer as pessoas pararem o que quer que estejam fazendo para se dedicar exclusivamente a posição de expectador do mesmo (ainda mais se a briga for de mulher) e com "Amor à Vida" não é diferente. Em sua estreia, eu fiz um post felicitando a novela por todas as inovações temáticas, texto e direção, mas depois de tantos elogios a família Marinho decidiu esticar mais a trama que estava dando ibope bem legal. Resultado: Walcyr Carrasco - conhecido do grande público por gostar de barracos em suas novelas vide "Xica da Silva", "O Cravo e a Rosa", "Chocolate com Pimenta", "Caras & Bocas", todas sucessos de público e crítica - teve praticamente que criar uma nova sinopse para tapar os buracos e suprir mais um mês de exibição do produto, causando uma certa "barriga" (termo utilizado pra definir o estacionamento da novela).



Desde que estreou, "Amor" vem nos trazendo a sensação de estarmos assistindo uma daquelas novelas da televisa em pleno horário nobre global. Graças a um texto super teatral (característica forte de Carrasco) elenco e direção (maravilhosos) mergulham de cabeça, indo do humor "zorra total" ao drama "Inés Rodena". "Amor" sempre teve um pé no dramalhão mexicano dando direito inclusive a diálogos terríveis também, que de tão líricos dão a sensação de terem sido escritos por Glória Magadan. Mesmo com tudo isso, nada consegue estragar a beleza do que Walcyr construiu até aqui, pois se tem críticas a que se exaltar também que ele é fera em criar tipos carismáticos e conduzir tramas sem se perder ainda que com vários personagens que aparecem uma vez no mês (rs).

Voltando aos barracos, que é afinal o foco aqui, não tem como não deixar de falar do capítulo de (18/11), quando César se vinga de Félix e revela que foi ele o causador de todo o drama envolvendo Paulinha. Inesquecível, e acho que será a melhor cena da novela inteira graças ao texto sublime do Walcyr e ao elenco  afiado. Mateus Solano foi, óbvio, o destaque maior no time das estrelas e COM CERTEZA ninguém nunca vai esquecer Félix Khoury, pois o personagem é "carismaticamente insuportável". Paolla Oliveira mostrando que não é só um rostinho bonito de novo; Malvino Salvador contido mas correto; Suzana Vieira sempre ótima; Antonio Fagundes impecável; Vanessa Giácomo deliciosa (literalmente rsrsrs); Natália Timberg gloriosa; Elizabeth Savalla um show;  Thalles Cabral... pelo menos não atrapalhou (hahah); Gláuci Gomes fez tudo direitinho.

Nem preciso dizer que a cena bateu recorde de audiência e repercussão nas redes sociais, né? Ah, se todo dia tivesse um capítulo bom como esse, porque o Walcyr gosta de dar uma enrolada, gosta de fazer um "prepara", mas quando ele vem pode sentar e assistir com gosto! A próxima "taca" da novela será na Aline e a boxeadora será Paloma novamente. É "Amor à Vida" nos mostrando que os ricos sofrem, choram rios e sentem-se infelizes, talvez até mais do que os pobres (cada caso é um caso). A teledramaturgia que vem sendo tão criticada e trocada pelos enlatados, ainda tem força, história, talento e fôlego para manter-se viva! Falem o que quiser, mas televisão é cultura, não importa se lixo ou luxo! E mais uma informação para você que lê este humilde texto: A telenovela é uma das influências econômicas do país. Não é só a globo que vai a falência se elas acabarem, o país quebra visível e consideravelmente. Existe muito mais por trás das telenovelas do que se imagina, grandes investimentos, grandes pessoas, grandes contratos, segredos que "ninguém" sabe e nunca vai saber. Abraço.