O fim de semana se aproxima e com ele vem duas perspectivas
extremas: Ferveção ou Tédio. Pra você que cansou de assistir novelas onde só se
muda o título, eis que surge uma ótima opção pra lá de descontraída. A
Companhia de Teatro Okazajo reapresenta o seu mais novo sucesso. Dona de um
público fiel, contará novamente no palco do Ferreira Gullar a saga de Maria e
Victória.
AVENIDA DORGIVAL, é uma história de vingança que traz da obra
global apenas o título que busca homenagear através do trocadilho a cidade de
Imperatriz. O texto escrachadamente inspirado de Rogério Benício cria uma
atmosfera cômica tão boa, que nos faz rir até das piadas mais bobas. A trama
centrada no plano de vingança de Maria contra Victória, aquela que lhe roubou
tudo e a mandou para atrás das grades tem boas reviravoltas como manda a lei
dos novelões de suspense, que aliás, é um gênero que necessita ser mais
explorado pela companhia, uma vez que essa demonstra toda a sua versatilidade
mesmo dentro do humor.
Entre os temas abordados estão a homossexualidade no meio
evangélico (absurdamente fanático, diga-se de passagem #QueimaSenhor), a troca
de bebês, falsidade, filhos problemáticos, uma festa reveladora e claro, duas
barraqueiras típicas da cidade. O grande trunfo do espetáculo é realmente seu
elenco, que cada vez mais dedicado, caminha rumo ao profissionalismo. Merecidas
palmas à Raul Mesquita, que nos prova porque fazia tanta falta nas peças
anteriores e à Evaldo Lima pela criação de um tipo que todos acham ser mais
fácil quando é justamente o contrário, uma vilã cômica.
Enfim, pra atestar toda a eficiência do Okazajo em fazer rir,
é preciso ir ao Teatro Ferreira Gullar e ver a causa das filas dobrarem o
quarteirão quando se tem uma montagem deles em cartaz. Muita "Merda"
à todos sempre.
Abraço.